Candidato António Moniz

BE

António Moniz

Apresente o concelho em 10 palavras.

Mar, Terra e Pessoas: uma dádiva da Natureza mas ainda tão desprezada

Se for eleito(a) quais as principais prioridades?

As principais prioridades são as seguintes: a habitação, a sustentabilidade, a mobilidade, a cultura, o ambiente, o emprego. Entre as várias medidas concretas propomos a necessidade de uma Bolsa Municipal de Arrendamento a custos controlados e mais habitação social. Temos de promover um desenvolvimento sustentável (social, económico e ambiental) para a melhoria da qualidade de vida. Queremos menos circulação automóvel, mais jardins, mais espaços públicos de convivência. É fundamental um Plano Municipal de Transportes, pois não existem transportes públicos na cidade nem que façam a ligação às freguesias. Temos de dar prioridade à mobilidade leve. São necessários mais jardins públicos e espaços verdes. Existe pouco investimento inovador na pesca e agricultura sustentáveis. Não existem infraestruturas culturais dignas. Precisamos de festivais de cinema, de teatro, de um Museu do Surf e um novo Museu Municipal. Mas, uma das nossas principais bandeiras é o Orçamento Participativo. Tem sido esquecido e é um instrumento básico de promoção da participação dos munícipes na vida do concelho. Queremos ainda a Assembleia Municipal mais modernizada e com a função de discutir para aprovar investimentos estratégicos. Não deve apenas votar o que já foi decidido na Câmara. A democracia autárquica necessita órgãos municipais mais ativos. Finalmente, o emprego – tão necessário no nosso concelho – necessita maior capacidade de inovação e visão estratégica para uma economia sustentável. Apenas mais alcatrão e turismo massificado não cria qualidade de vida.

Para quem é que não quer mesmo perder?

Não podemos perder para a intolerância e para os princípios anti-democráticos. Peniche é um município anti-racista, e sempre viveu com variados fluxos populacionais, com várias comunidades étnicas, culturais e religiosas. Perder essa riqueza e diversidade seria negativo e triste. Mas certamente iremos fazer a diferença com uma intervenção constante de torne Peniche um concelho melhor. Onde as pessoas gostem de cá viver.

A criação de uma nova NUT II seria vantajosa para o concelho? Porquê?

Peniche está numa relação administrativa complicada: faz parte da Região Oeste, integra o Distrito de Leiria (NUT II) e faz “fronteira” a sul da Região Centro (NUT I). Pode ser confuso, mas pode ter algumas vantagens. O processo de regionalização é de facto importante, e pode implicar algumas alterações. Mas, a situação territorial de Peniche pode vir a ser importante nessa redefinição. O crescimento demográfico na periferia da Área Metropolitana de Lisboa pode atrair população para Peniche. Isso pode ser acompanhado por mais investimento e emprego, sobretudo porque poderemos ter a vantagem de estar numa região (Centro) menos desenvolvida a nível europeu. Mas aqui a opção deverá ser pelo desenvolvimento sustentável e critérios de melhoria social. Nem transportes públicos de qualidade temos, nem serviços de saúde capazes, como será que queremos atrair mais população? Não fixamos novos habitantes apenas pela qualidade ambiental. Isso é importante, mas não suficiente.

O que não suporta no seu município?

Não suporto o desleixo. Os serviços de limpeza e ajardinamento melhoraram muito, mas existem ainda muitas queixas. O município não tem ainda uma maneira de permitir a comunicação com os habitantes para ajudarem na monitorização da qualidade ambiental. Temos propostas sobre isso. Mas outro desleixo importante é não querer saber das necessidades dos jovens para desfrutarem mais da nossa terra. Não temos um skate park em condições, ou um circuito de mountain bike. É não querer saber das necessidades das famílias mais pobres e idosos, não oferecendo transportes em condições. Enfim, é também não cuidar da segurança nas nossas ruas e estradas, para ter menos atropelamentos e acidentes desnecessários.

Descreva um dia perfeito sem sair das fronteiras concelhias...

Passear na praia, desfrutar o mar. Depois, visitar e conhecer melhor tantos recantos que no nosso concelho não são conhecidos. Não apenas objetos que estão nos nossos museus, mas monumentos, alguns classificados e outros abandonados... Estou há tantos anos a viver em Peniche e vou sempre descobrindo novos locais, paisagens que me mostram o valor desta jóia escondida! Um dia perfeito seria poder ouvir os velhos pescadores e as suas famílias e conhecer melhor como foi viver em condições tão precárias até há pouco tempo. E como foi encontrar alguma beleza entre tanta dificuldade. E muitos deles não tem ainda garantida uma reforma digna e condições de vida compatíveis com uma sociedade moderna...

Conte-nos algo sobre si que poucas pessoas saibam...

Não sendo um praticante desportivo, divirto-me a praticar (com dificuldade) o surf, mas sinto-me mais à vontade quando monto o meu cavalo. São atividades que poucos sabem que gosto e pratico um pouco. O interessante nelas é que aprendemos sempre. Nunca estamos num ponto em que poderíamos dizer: “já sei fazer isto”... É um pouco como ser professor, que é a profissão que todos sabem que eu pratico. Ser professor é ensinar algo que conhecemos, mas é também aprender. Aprender para sabermos mais, e aprender para melhor transmitir o que sabemos.